quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Voto nulo autogestionário não é para anular eleições
Recentemente algumas pessoas veem questionando - devido
polêmicas jurídicas na TV e outros locais - o sentido do voto nulo já
que para alguns a existência de mais de 50% de voto nulo não anula as
eleições. Obviamente que há uma polêmica em torno disso (alguns
sustentam que anularia a eleição, ao contrário dessa posição), mas isto é
totalmente irrelevante para a luta pelo voto nulo por parte de
tendências anarquistas e autogestionárias. Assim, o que se faz é uma
grande confusão, com intenções óbvias de realizar tal processo, querendo
desqualificar o voto nulo libertário e confundi-lo com o voto nulo
oportunista (sobre as formas do voto nulo, veja o artigo "Eleições, Voto
Nulo e Autoemancipação", clicando aqui http://enfrentamento.net/Texto%20Nildo%20Viana.pdf).
O
voto nulo libertário (anarquista ou autogestionário) não visa anular
nenhuma eleição, pois é constitutivo dos seus princípios a recusa em
geral do sistema eleitoral e partidário. Trata-se de uma recusa da
democracia burguesa que não visa trocar governos mas propor a superação
da existência de governos e do Estado em geral. A abolição do Estado (e,
portanto, da democracia representativa, do sistema eleitoral, dos
partidos políticos, dos políticos profissionais, etc.) e sua
substituição pela autogestão social ou "livre associação dos produtores"
é o objetivo. Nessa perspectiva, anular as eleições e convocar outras é
simplesmente inócuo, estéril e até indesejável, pois teríamos mais uma
enfadonha campanha eleitoral com os partidos apresentando seus produtos
de má qualidade nas vitrines do grande supermercado chamado processo
eleitoral. Nessa perspectiva, um novo pleito eleitoral é apenas mais do
mesmo, repetição do que não deveria existir. Se uma eleição fosse
cancelada, haveria outra, o que significa nada mudar.
O que se
propõe, nesse caso, na perspectiva do voto nulo autogestionário, é
abolir as eleições, o sistema eleitoral representativo e burguês, o
Estado capitalista, etc., e, portanto, significa ABOLIÇÃO e não
CONTINUAÇÃO. Essa abolição, por sua vez, significa SUPERAÇÃO e
SUBSTITUIÇÃO por algo radicalmente diferente, que é a AUTOGESTÃO SOCIAL.
Ao invés da falsa participação e "democracia", na qual os iludidos
escolhem a cada quatro (ou mais ou menos, mas por um período determinado
de tempo sem exercer poder ou poder substituir quem foi eleito) anos
quem irá dirigir e controlar nossa vida, o que propomos é que nós mesmos
passemos a nos dirigir e controlar, tanto o processo de produção
(abolindo o capital, ou sua expressão jurídica, a propriedade privada)
quanto o conjunto das relações sociais, via formas de auto-organização,
como os conselhos de fábrica e de bairros, entre outras.
Assim,
confundir a proposta de voto nulo libertário (anarquista ou
autogestionário) com a proposta de voto nulo oportunista - que é a de
organizações ou pequenos partidos que negam apenas estas eleições ou o
processo eleitoral apenas até se fortalecer e poder lançar candidatos ou
concorrer, ou, pior ainda, por esperar um adiamento e descrédito dos
adversários para depois tentar ganhar ou obter vantagem eleitoral - é
algo totalmente sem sentido. O discurso que afirma que mais de 50% dos
votos não anula o processo eleitoral não atinge a maioria das formas de
voto nulo, a não ser a já citada, pois nem o voto nulo espontâneo (por
ceticismo e descrença de setores da população) visa isso.
O voto
nulo autogestionário significa, portanto, recusa total do sistema
eleitoral e da sociedade capitalista como um todo. Obviamente que não
tem a ilusão de que o aumento do voto nulo, nem que seja mais de 50%,
signifique a transformação radical e total das relações sociais que está
proposto em seus princípios. é claro que se houver tal proporção, a
possibilidade de tal transformação se torna uma realidade possível,
desde que não tenha sido motivada por voto nulo oportunista. O objetivo
principal da defesa e campanha pelo voto nulo, numa perspectiva
autogestionária, remete para a sua finalidade, a luta pela autogestão
social. E faz isso através de um processo de politização e crítica da
democracia burguesa e do Estado capitalista e simultânea apresentação de
um projeto alternativo de sociedade, a autogestão social, bem como de
análise crítica e reflexão sobre as formas do voto nulo. Assim, o voto
nulo autogestionário apresenta, simultaneamente, uma crítica totalizante
da política institucional (Estado capitalista, democracia burguesa,
sistema eleitoral, políticos profissionais, corrupção, etc.), uma
reflexão crítica sobre o voto nulo (suas formas, alcance, limites, etc.)
e uma unidade destes dois elementos com o projeto autogestionário de
emancipação humana.
O resultado esperado disso não é a ilusória e
ingênua anulação de uma determinada eleição e sim uma maior politização
da população, daqueles que já defendem o voto nulo espontaneamente sem
um projeto alternativo de sociedade ou percepção mais totalizante da
democracia burguesa, e perda de legitimidade das instituições burguesas,
dos governos, etc. Em síntese, a politização de uma parte cada vez
maior da população e a deslegitimação cada vez mais intensiva dos
governos e instituições burguesas é o resultado esperado e que contribui
com o objetivo final que é a transformação social radical e total das
relações sociais, a formação de uma sociedade autogerida. No fundo, é
disso que o Estado, os governos, etc. temem, pois é isto que é uma
ameaça real, o resto é apenas troca de corruptos e oportunistas no
interior das mesmas relações sociais que criam estes tristes personagens
e é por isso que buscam criar confusão entre voto nulo oportunista -
que no fundo relegitima a democracia burguesa e tudo que é relacionado,
sem nenhum projeto verdadeiro de transformação social - e o voto nulo
libertário. Contudo, a tendência e o que vem ocorrendo é o aumento do
voto nulo (tanto o espontâneo quanto o libertário) e assim o temor da
classe dominante e suas classes auxiliares se justifica, mas não é
suficiente para impedir sua realização e ampliação. Quanto mais votos
nulos, menos pessoas envolvidas, iludidas, interessadas, no processo
eleitoral e isso significa menos força da política burguesa
(institucional) e mais força da política proletária (anti-institucional,
voltada para a auto-organização da população). Um fantasma ronda as
eleições atuais, o fantasma da autogestão social.
Nildo Viana
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
O Estado é a maneira errada de fazer as coisas
Em
quem você vai votar? Chegados os tempos de eleição, nos esforçamos para
organizar os nossos pensamentos para explicar os motivos dessa pergunta
não nos fazer o menor sentido. O nosso objetivo é simples de ser
entendido, porém difícil de ser realizado. Queremos demonstrar que o
Estado é a maneira errada de fazer as coisas. Para isso falaremos muito –
mas não o suficiente – e, em alguns momentos, de forma um pouco chata.
Se serve de desculpa, esse foi o único caminho que encontramos.
É
recorrente na história que se pense que o mundo vivido é o único
possível. Essa é uma noção que tem muita força atualmente: muitos
sustentam não haver a possibilidade de uma transformação radical da
sociedade. Claro que nos opomos a isso. Ao contrário do que ocorre com
aqueles que se esforçam para legitimar as dominações, queremos refletir
criticamente sobre o Estado, perceber os aspectos negativos dessa forma
de nos organizarmos para que assim possamos encontrar outras realidades.
Em um mundo em que as relações de opressões aparecem como naturais e
eternas, a crítica coloca em movimento, estimula. Nessa disputa por uma
concepção de sociedade mais livre, é central ver através da história que
as formas como nos constituímos carregam certo grau de arbitrariedade.
Ou seja, conhecemos suficientes maneiras de nos organizarmos para saber
que nenhuma é a única possível. Podem nos chamar de ignorantes ou de
ingênuos, mas esperamos sim que o(s) mundo(s) seja(m) diferente(s). Aqui
negação e esperança se completam em uma dança que busca sair dos
limites do tablado.
O que é o Estado?
O
nosso ponto de partida é o poder. De forma resumida é possível afirmar
que a unidade básica do Estado é o poder político, ou seja, a capacidade
de impor coercitivamente a vontade de umas pessoas sobre a de outras. O
que fundamenta o Estado é a possibilidade de uns exercerem um
poder-sobre outros. É muito claro que esse poder coercitivo não faz
parte da “natureza humana” pelo simples motivo de que existiram muitas
sociedades que se recusaram a se organizar assim. Não sendo natural que
isso ocorra, ele só pode ser entendido através das suas ocorrências. O
Estado é, portanto, uma forma histórica de organização social – dentre
as muitas possíveis.
Porém,
o poder coercitivo não ocorre somente no Estado, portanto, precisamos
de algo mais para nos referir a esse grande monstro. Não é possível
igualar os dois conceitos. Para falarmos do Estado, propriamente dito, é
necessário que estejamos nos deparando com estruturas específicas. A
característica principal do Estado é ser uma instância separada da
coletividade e o fato de ser instituído com o intuito de assegurar
constantemente essa separação. A forma que assume ao realizar isso é uma
estrutura burocrática e hierárquica. Como nos faz lembrar o termo
burocracia, ele tende a suprimir aquilo que é proclamado como seus
objetivos, ou seja, possui uma inércia e uma lógica própria que dominam
as finalidades para as quais elas deveriam servir. As evidências se
invertem: o que podia ser visto como um conjunto de instituições a
serviço da sociedade, transforma-se numa sociedade a serviço das
instituições. A polícia com seus cassetetes que gritam “ordem!”
independente do quão justo é um protesto, é uma boa imagem para essa
deturpação. Nesse esforço de auto-manutenção, é fundamental que seja
respeitada uma estrutura de mando e de obediência que fica clara na
diferença que tem entre o presidente e a faxineira servidora pública.
Nos
perdoem por ainda estarmos trabalhando em termos bastante abstratos.
Uma aproximação com uma teoria crítica do Estado contextualizada
historicamente é possível de ser feita olhando para a relação necessária
dele com o capitalismo. O Estado exerce no capitalismo o papel de
garantidor da dominação de classe ao servir como agente coercitivo de
manutenção do trabalho assalariado. Essa é uma longa discussão, mas,
tentando tornar mais simples o complexo, podemos dizer que no
capitalismo a propriedade privada é central porque possibilita a
dominação daqueles que não possuem os meios de fazer as coisas. O
trabalhador que não possui os meios de produzir é dominado de forma não
pessoal, já que como não possui a propriedade tem que se submeter ao
trabalho assalariado. A garantia dessa propriedade não é exercida pelo
dominador, mas é cedida ao Estado. Focando essa explicação no que mais
nos interessa, é possível afirmar que a existência do Estado como uma
instância separada da sociedade depende das relações capitalistas e
serve para mantê-la. Para tanto o Estado deixa sempre presente a ameaça
de recorrer à violência para que a reprodução do capitalismo ocorra.
Somente a ele cabe a violência legítima e essa é uma ameaça que paira
sobre todos aqueles que questionam as relações de dominação.
E
onde ficamos nós nessa abstração toda? Nos cabe o papel de cidadãos –
mais uma abstração. Nossas particularidades, nossos jeitos, nossos
cheiros são esquecidos para que o Estado consiga nos controlar com suas
políticas públicas. Para eles somos números que ganham características
mais definidas se tivermos dinheiro e boas relações. Um juiz não olha do
mesmo jeito para o negro e para o filho do seu amigo do golfe. Para nós
cabe somente o papel de votar a cada quatro anos, porque qualquer
tentativa de tornar a política cotidiana pode ser considerada perigosa.
Votamos e escolhemos “representantes”. Mesmo que eles quisessem não
conseguiriam nos representar, pois não existe essa massa indefinida
chamada “eleitores”. Existem pessoas díspares e mutáveis que ao escolher
um candidato nunca poderão saber como ele irá atuar nos próximos quatro
anos em questões tão variadas quanto as que um governante manda. Ou
seja, a eleição é mais uma mentira para nos dar a impressão de que temos
alguma escolha em um mundo baseado justamente no controle das nossas
vontades.
Em busca da autonomia
Nessa
configuração tão complexa o Estado se separa do social virando uma
instituição que tenta monopolizar o político. Só se fala de política nas
eleições e nós nos negamos a isso. Defendemos a autonomia, ou seja, que
as pessoas se envolvam diretamente na organização das suas vidas
cotidianas. Isso como indivíduos e como coletividades. A pessoa se forma
no seu estar no mundo e nas suas interações, portanto nunca deve ser
pensado isoladamente. Aqui inserimos a dimensão social da autonomia.
Para a sua realização em um mundo instituído de forma a fortalecer as
dominações como o nosso é importante ressaltar a capacidade instituinte
das ações coletivas. As coletividades conseguem sim mudar a realidade.
Detrás do que aí está e parece tão sólido, existe sempre o pulsar
criativo.
É
nessa potencia criadora que nos confiamos ao pensar como transformar o
mundo. O que fazer para mudar o mundo? Rompê-lo de tantas formas quanto
pudermos e tentar expandir e multiplicar as fissuras e promover a sua
confluência; assim nos disseram e nos parece fazer sentido. Um milhão de
picadas de abelhas. A emancipação depende da recusa, do desobedecer.
Porém não estamos apenas nos distanciando das estruturas de poder,
estamos criando novas práticas cotidianas. O Não deve ser seguido por um
outro-fazer, uma outra atividade que nos torne ativos.
A
construção dessas fissuras nega a ideia de pureza, ou seja, elas estão
permeadas por contradições. A noção de autonomia muitas vezes defende
uma externalidade radical para com o Estado e o capitalismo, porém isso é
problemático por não dar conta das complexidades da nossa realidade.
Cria-se dessa forma uma dicotomia entre autonomia e institucionalização
que se baseia em estados ideais impossíveis de serem estabelecidos. A
simples marginalização não é suficiente para mudar o mundo porque pode
servir de alguma forma para as estruturas opressivas. Além disso, muitas
vezes as fissuras são atividades em tempo parcial que são intercaladas
com a dura necessidade de vender a força de trabalho para garantir a
sobrevivência. Paradoxo? Infelizmente a vida está cheia deles. Porém,
isso não significa se curvar, pois mesmo quando seja lunático
continuaremos exigindo o impossível.
Sabemos
que o contato com o Estado nos faz adotar certos modos de relações
sociais que reforçam as características opressivas elencadas acima. As
leis fazem parte da coesão social capitalista e de sua racionalidade,
portanto, invariavelmente seremos considerados criminosos. Isso não nos
paralisa e nem tampouco faz com que buscamos sempre realizar ações
ilegais, pois sabemos que acima de tudo essa é uma questão de escolha
tática.
Como
já deve estar claro não se trata de conquistar o Estado nem com armas
nem com votos. Não vamos cometer o mesmo erro de achar que o Estado pode
ser um instrumento neutro para facilitar as transformações. Ele é a
maneira errada de fazer as coisas e a boa vontade nunca conseguirá
superar isso. A instrução na conquista do poder inevitavelmente se
converte em uma instrução no próprio poder. Vemos cotidianamente os
partidos e candidatos mais bem intencionados fazerem concessões absurdas
para garantir o sucesso próprio. Esse é um caminho de difícil retorno. A
centralidade do Estado na transformação faz com que se reforce cada vez
mais a soberania do Estado. Um dos motivos que justifica essa defesa é
que existe um grande peso das estruturas e das formas de comportamento
herdadas. Outros fatores que podemos apontar são a separação dos
funcionários estatais que tendem a se manter assim e as pressões para
assegurar a economia – que geralmente não é considerada como deveria, ou
seja, como um sistema de exploração. Não nos interessam os partidos
políticos, pois a transformação através dos olhos do Estado ou de uma
organização centrada no Estado só pode ser feita em nome de outros, para
o “benefício das pessoas”, não uma transformação feita pelas próprias
pessoas. Porém isso é uma relação em que alguns mandam e outros obedecem
– justamente do que queremos nos afastar – porque agir em benefício de
alguém envolve invariavelmente um grau de repressão da autonomia desses
sujeitos.
Se
trata, portanto, de uma transformação da vida cotidiana em um caminho
que não terá fim, mas que se esforçará sempre por terminar as opressões.
Essa é a única maneira de manter em uso o conceito de revolução, pois
os que se centram no Estado demonstraram quão facilmente a ditadura pode
esquecer do proletariado. No lugar de um grande acontecimento, pensamos
em um longo processo. Ela é, portanto, uma revolução não-instrumental,
não é um meio para chegar a um fim, já que todo o caminho é igualmente
importante. Essa é também uma transformação sem certezas, pois não
existe nada no mundo que garanta seu triunfo, ela depende de um eterno
esforço dos seus sujeitos. Isso implica em uma constante auto-crítica
para garantir que o caminho que está sendo construído leve realmente
para mais perto da autonomia.
Terminamos
agradecendo a todos aqueles que já disseram e vivenciaram antes de nós
as mesmas coisas: os autonomistas, os anarquistas e, principalmente, os
sem identidades de todas as partes do mundo.
E a pergunta que fica depois disso tudo é: por que continuar se contentando em votar no menos pior?
AA (Autônomos Anônimos)
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Protesto ANTI-BRICS
Desde 2009 os países emergentes se reúnem à criação de um bloco
econômico em contraposição ao bloco estadosunidense NAFTA, OMC e
outros. Os países emergentes têm em comum dívidas com os bancos
internacionais BID e FMI e os altos juros cobrados que inviabilizam o
avanço em infraestrutura nesses países. É um dos principais motes
para criação desse bloco econômico dos países emergentes,
inclusive a questão beligerante que é utilizada como pano de fundo.
Brasil e Rússia assinaram em Julho de 2014 um tratado de segurança
nuclear que indica claramente a retomada da corrida armamentista
global. Para fomentar e viabilizar esse bloco econômico dos países
emergentes, BRICS, foi criado no encontro em Fortaleza, em julho de
2014, o Banco Internacional BRICS (BIB).
Toda essa articulação internacional dos representantes dos países
emergentes, criadores do BRICS, jamais consultaram a população
desses países, sobre aprovação do BRICS. Mesmo assim, bilhares de
dólares serão depositados nesse novo banco advindo dos fundos dos
impostos da população pobre desses países. É incomensurável a
desassistência dos governos do BRICS em seus países sede à
população pobre. Todos esses países tem em comum a precariedade em
infra-estruturas básicas nas comunidades periféricas de
trabalhadores resultante da corrupção em larga escala. Ainda, é
flagrante na Rússia, China e Índia a negligência de direitos
humanos à etnias que há décadas lutam por independência nesses
países. São exemplos contemporâneos dessa tragédia humana a
Chechênia, Tibet e Caxemira onde milhares de inocentes morrem em
bombardeios realizados por esses governos.
Não é possível que a nação brasileira assista e apoie o massacre
de crianças, mulheres e velhos inocentes sem que nada seja feito.
A iniciativa do Grupo de Autonomia Popular - GAP – é trazer para o
centro do debate as questões relacionadas às demandas nacionais
exigidas pela população nas jornadas de Junho de 2013. Naquela
ocasião um grito uníssono da população nas ruas pela Tarifa Zero
foi ouvido pelo país inteiro, mas passado mais de um ano e nada foi
executado nessa direção até agora.
Mesmo assim, o governo ao invés de atender ao clamor das ruas
desviou bilhões do BNDS para criação do fundo de reserva do BIB
sem que houvesse qualquer consulta pública ou diálogo com a
população. Dessa maneira despótica o BRICS tem se concretizado
verticalmente nos países emergentes, calam as vozes que buscam
debater não a guerra, não tensionamento internacional, não envio
de dinheiro público à iniciativa privada internacional, mas, a
criação de educação, saúde, moradia, lazer, transporte público
de qualidade sem sobretaxamento.
Na semana de 14 a 18 de Julho de 2014, o G.A.P. organizou uma série
de eventos para colocar na agenda da militância popular o debate do
BRICS e a realização da reunião desse bloco em Fortaleza sem
debate com a população.
Fique por dentro e ajude a construir a resistência militante contra
a fuga de dinheiro do povo para iniciativa privada internacional.
Avante aos que lutam!!!
“Pelo
direito de ir e vir, pelo direito à cidade. Contra BRICS existir, e
impor seu apartheid”
domingo, 1 de junho de 2014
“Bakunin foi um homem de ação e não um revolucionário de gabinete”
No
dia 4 de junho, às 19h30, no Museu da Cultura (Rua Monte Alegre, 984,
Perdizes, São Paulo), o Núcleo de Sociabilidade Libertária (Nu-Sol)
realiza o evento “Bakunin – A faculdade de pensar e a necessidade de se
revoltar”, com Acácio Augusto, Edson Passetti, Eduardo Valladares,
Sergio Norte e José Carlos Morel. A seguir, uma micro-entrevista com o
companheiro Sergio Norte, autor de “Bakunin - Sangue, Suor e
Barricadas”.
Agência de Notícias Anarquistas > As ideias e práticas de Bakunin continuam carregadas de sentido?
Sérgio Norte < Bakunin
é um personagem do século XIX, suas ações e obra estão inseridas no seu
tempo. Hoje o Exu da Revolução nos serve como exemplo e inspiração; as
dominações, o Estado, as formas de submissão e os autoritarismos são
outros no século XXI e exigem novas formas de compreensão e combate.
Bakunin nos lega a necessidade de pensar livremente, a urgência da
revolta e a lembrança de que: "todo revolucionário deve trazer o diabo
no corpo".
ANA > Se você fosse cineasta, que passagem da vida dele transformaria num filme?
Sérgio < A
vida do Exu da Revolução é por si só uma grande aventura, Bakunin foi
um homem de ação e não um revolucionário de gabinete como herr Marx, destacaria três momentos:
1.
Sua participação nas insurreições populares de 1848/49 em Paris, Praga e
Dresden, onde é preso e passa por várias prisões e duros
interrogatórios (Königstein, Alemanha; Praga, Olmütz, República Tcheca; e
em 1851 transferido para a fortaleza/prisão Pedro e Paulo, em São
Petersburgo, Rússia), sem jamais incriminar nenhum companheiro.
2.
Em 1857 é transferido para o exílio na gélida Sibéria de onde fugirá em
1861, percorrendo mais de três mil quilômetros em quatro semanas,
embarca com documentos falsos no veleiro norte-americano Vickery com
destino ao Japão. Em setembro, embarca no vapor norte-americano
Carrington, chegando em São Francisco, Califórnia, em setembro. Viaja no
lombo de mulas, cavalos, até o Panamá, onde após atravessar o istmo (o
canal não havia sido construído ainda) embarca no Atlântico rumo à Nova
York, onde permanece de novembro a dezembro, reencontrando exilados
veteranos das revoluções de 1848. Embarca para Londres onde chega dois
dias após o natal, 1861, na casa do também exilado russo Alexandre
Herzen, seu amigo. Após ter feito uma volta ao redor do mundo, em menos
de 180 dias, pergunta ao abraçar e beijar Herzen: "Onde há ostras
frescas por aqui?".
3.
Sua fundamental militância na Associação Internacional dos
Trabalhadores (AIT), e seu duro combate contra os autoritários
partidários de Marx e do socialismo estatal.
ANA > E se Bakunin estivesse vivo, em que “barricada” ele estaria lutando hoje? Na Grécia? Ou...
Sérgio < Bakunin
era um internacionalista e nesse exercício de ficção histórica diria
que estaria lutando nas barricadas da Europa e porque não na Grécia...
segunda-feira, 21 de abril de 2014
segunda-feira, 14 de abril de 2014
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Nota
Lamentamos
muito pela morte de Santiago Andrade e por todas as outras vítimas
do Estado totalitário mercantil.
Santiago
era CÂMERA e não "cinegrafista" como romantiza agora a
grande mídia. Ele sempre foi aquele operário invisível que
produzia calado e que muitos sequer sabiam que existia. Santiago era
a base de uma pirâmide hierárquica cujo topo concentra os
beneficiários dos grandes blocos de comunicação do Brasil.
A meio
caminho do topo desta pirâmide, um exército de repórteres
precariamente remunerados precisa falar, escrever, reportar e
pesquisar de forma a atender os anseios dos donos da comunicação.
Para subir um degrau nesta pirâmide é preciso cuidado na fala.
Trata-se de uma censura tácita que abala a credibilidade da
imprensa, onde já não é mais possível distinguir a notícia real
da propaganda estatal e mega-corporativa. Enfim, o corpo inerte de
Santiago será usado para beneficiar exatamente os mesmos de sempre -
os concentradores de informação, de renda e de poder - e a culpa
será do povo, de novo...
Diante ao
terrorismo do Estado Totalitário brasileiro pela falaciosa “ordem”,
onde mega-corporações ditam a democracia, nós, trabalhadores
servis, desempregados e solidários à classe explorada, que geramos
riquezas para o país sem receber minimamente o que nos é direito,
para além de falsas promessas dos burocratas do poder, não ganhamos
mais que violência física e moral, cotidianamente, e vítimas
brutais, como Santiago Andrade!
Assim,
entendemos que o principal responsável por este acidente é o
próprio Estado que nos força a deixar nossas casas e exigir nossos
direitos nas ruas, e nelas enfrentar a truculência deste Estado
personalizado na força policial, na qual não deveriam jamais usar
armas contra a população e assim a população não precisaria
reagir contra ela.
Não
suportaremos mais viver nessa “terra-de-alguém”. Onde alguém
rico, por de trás de instituições, gestione contra a população.
Concentração de renda, carestia, precariedade nos serviços
públicos, gás lacrimogênio, balas de borracha, espancamentos,
prisões arbitrárias, júris comprados, mídia tendenciosa e ainda a
inversão do mérito, como se nós fôssemos os assassinos
premeditados.
De um
lado temos populares com materiais artesanais, com pouca ou nenhuma
técnica e aprimoramento, e de outro lado, velhacos oficialmente
armados com material bélico, cientes do efeito das suas armas sobre
a população marginalizada.
Deixemos
bem claro a quem deseja nos criminalizar: a rua não se calará!
* Em
solidariedade *
-
Amarildo Dias de Souza – Desaparecido entre os dias 13 e 14 de
julho de 2013, após a operação batizada de Paz Armada que
mobilizou 300 policiais na Rocinha, RJ.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Amarildo
-
Giuliana Vallone, de 18 anos espancada por policiais e logo após
atropelada por uma motocicleta da polícia em 25/01/14, após a
manifestação realizada na região central de São Paulo
http://videos.r7.com/jovem-e-atropelada-e-agredida-por-policiais-em-
sp/idmedia/52e8c7ea0cf2401273d29912.html
-
Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, a ser
ferido por dois disparos feitos por policiais militares, durante o
protesto contra a Copa do Mundo que aconteceu no sábado 25/02/14.
Ele foi internado em coma induzido.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/versao-da-policia-esta-estranha-diz-advogado-sobre-caso-de-manifestante-baleado-em-sp-27012014
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